Anestesia em Equinos a Campo

Para a realização de procedimentos dentro da área da medicina veterinária a escolha pela técnica e a anestesia correta vão influenciar direta e completamente o sucesso do mesmo.

 O cavalo por ser um animal de grande porte dificulta a remoção para um centro especializado para a realização de cirurgias, sendo que, na maioria das vezes, a cirurgia é realizada a campo, o que torna limitada a presença de aparelhagem específica para a anestesia volátil. Sendo assim a maioria dos procedimentos anestésicos em equinos são realizados a campo.

A espécie equina oferece ao anestesiologista um desafio durante a indução, manutenção e recuperação anestésica. O tamanho e o temperamento do equino faz com que os procedimentos anestésicos sejam potencialmente perigosos para o animal e para o médico veterinário.

Os dois tipos de anestesia mais usadas em equinos são a anestesia local e a geral. O anestésico local, como o próprio nome já diz, tem seu efeito somente propagado na região em que foi aplicado se estendendo por um raio pequeno, enquanto que a geral atinge todo o sistema do animal.

A anestesia geral em equinos é um procedimento que requer muitos cuidados e treinamento por parte do Médico Veterinário. A anestesia geral atua diretamente no sistema nervoso central do animal, provocando hipnose, analgesia e relaxamento muscular, retirando consequentemente, qualquer tipo de dor ou sensibilidade. Esse tipo de anestesia é indicado para procedimentos em que a local associada a um tranquilizante não são suficientes e em casos de procedimentos mais invasivos, como exploração de cavidades e reparação de fraturas. Para melhor aproveitamento do fármaco e aumento do período hábil cirúrgico, quando disponível o aparelho, profissionais optam pela associação à anestesia inalatória, que também tem a vantagem de ser mais segura, uma vez que parada a sua administração seu tempo/efeito é pequeno, fazendo com que o animal comece a recuperar a consciência e seus parâmetros fisiológicos em poucos minutos.

As principais cirurgias em que são utilizadas a anestesia geral são: orquiectomia, criptorquiequitomia, herniorrafia umbilical, tenotomias, desmotomias, neurectomias, miotenectomias, exérese de fragmentos ósseos, enucleação, remoção de neoplasias superficiais, suturas de feridas extensas e remoção de corpos estranhos.

Em equinos adultos, a anestesia é facilmente introduzida com os agentes intravenosos disponíveis, podendo ser mantida por curto período de tempo, com as mesmas drogas ou associadas a outras. Ela se baseia em dois tipos de anestésicos, os dissociativos, como a cetamina ou os barbitúricos, como a tiletamina e o tiopental.

Ocorre, nesse processo, a premedicação, que inclui as substâncias utilizadas, também, na manutenção anestésica. Esse tipo de anestesia traz vantagens, principalmente para os profissionais que atuam no campo, pois não exige equipamentos especiais para sua administração, podendo, assim, ser aplicada fora do ambiente cirúrgico. É vantajosa, também, por causar menos depressão cardiorrespiratória e maior analgesia do que a inalatória, além de não ser poluente do centro cirúrgico.

Deve-se, entretanto, observar que por não estar sendo aplicada em ambiente cirúrgico, os cuidados devem ser maiores, pois há mais dificuldade em se atenderem os casos de depressão respiratória.

As drogas injetáveis ainda dependem, exclusivamente, do metabolismo para que sejam totalmente eliminadas do organismo animal.

Esse tipo de anestésico deve ter ação curta, metabolismo rápido e metabólicos inativos, ser solúvel em água e apresentar solução estável, além de rápido equilíbrio entre o sangue e o cérebro; não causar dor, flebite ou dano perivascular, e, ainda, causar mínima depressão cardiorrespiratória.

Procedimentos para diagnóstico e cirurgias a campo são desafios encontrados pelos profissionais que atuam na medicina equina, o que torna imprescindível a capacitação do profissional.

Fonte: Escola do Cavalo

Adaptação: Revista Veterinária

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Atualizado em: 4 de janeiro de 2013