Doença de Newcastle na Avicultura

A doença de Newcastle (DNC) é uma enfermidade viral, aguda, altamente contagiosa, que acomete aves silvestres e comerciais, com sinais respiratórios, frequentemente seguidos por manifestações nervosas, diarréia e edema da cabeça. A manifestação clínica e a mortalidade variam segundo a patogenicidade da amostra do vírus. Essa patogenicidade pode variar de muito alta (amostra velogênica), para intermediária (amostra mesogênica) a muito baixa (amostra lentogênica). O agente viral pertence à Família Paramyxoviridae, Gênero Avulavirus.  A DNC é considerada uma doença de distribuição mundial, com áreas onde é endêmica, ou com áreas/países considerados livres da doença.

Dependendo da virulência da cepa viral, pode manifestar-se em diferentes graus de severidade, que variam desde uma infecção subclínica, onde os sintomas são inaparentes ou discretos, até uma doença fatal, que aparece repentinamente e resulta em alta mortalidade das aves.

Testes de inoculação permitem caracterizar e classificar o vírus da doença de Newcastle em cinco patótipos. Por patótipo entende-se o grau de patogenicidade do vírus e, portanto, severidade da doença causada por determinada cepa do vírus. Cepas altamente patogênicas do VDN pertencem aos patótipos denominados:

  • Velogênico Viscerotrópico: possui alta patogenicidade, levando a altos índices de mortalidade. As lesões mais comuns neste caso são intestinais e respiratórias hemorrágicas.
  • Velogênico Neurotrópico: são cepas altamente patogênicas que apresenta sintomas respiratórios e nervosos, levando a um índice elevado de mortalidade.
  • Mesogênico: esse tipo possui um baixo índice de mortalidade e, geralmente, acomete animais jovens. Apresenta sintomatologia respiratória mais branda e, certas vezes, sintomas nervosos. Causa queda na postura de ovos.
  • Lentogênica ou Vacinal: estas cepas são utilizadas na fabricação de vacinas. Os sintomas apresentados são infecções respiratórias brandas. Quando os valores do IPIC (índice de patogenicidade de uma cepa viral) são inferiores a 0,6 não causam a doença.
  • Entérica Assintomática: essa cepa ataca o intestino, levando a infecções entéricas. Também está sendo utilizada na fabricação de vacinas.

Os sinais clínicos apresentados são semelhantes a outras doenças infecciosas que causam sintomas digestivos e respiratórios. Os animais acometidos apresentam conjuntivite, secreções nasais, dificuldade para respirar (bico aberto), fezes de coloração esverdeada (do início ao final da doença), dificuldade de permanecerem em pé, torcicolo e paralisia.

A principal via de transmissão é a horizontal (de ave para ave), através de aerossóis. O vírus é eliminado na fase de incubação, na fase clínica e na convalescença da doença. O vírus está presente no ar expirado, nas descargas respiratórias, nas fezes, nos ovos de aves doentes e em todas as partes da carcaça.

O diagnóstico do vírus pode ser realizado pela inoculação de macerados de órgãos de aves suspeitas em ovos embrionados ou por testes moleculares, como RT-PCR. A confirmação do isolamento viral é feita por testes de inibição da hemaglutinação (HI), que permitem também o diagnóstico diferencial de vírus de influenza aviária. Amostras virais identificadas como Newcastle, isoladas em ovos a partir de surtos em que ocorra a suspeita da doença devem ser então testadas in vivo em pintos, ou caracterizadas por sequenciamento de DNA, para determinar a sua patogenicidade.

Não há tratamento. Deve ser feito um controle e prevenção da doença através da vacinação e como: restrição do acesso de pessoas, aves e seus produtos à granja e medidas sanitárias adequadas.

Por: Paula Paniago Passarinho

 

 

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Atualizado em: 29 de maio de 2012

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