O controle de parasitas em equinos

A saúde e o desempenho dos cavalos podem ser comprometidos por infestação de ectoparasitas nos animais. Eles são parasitas que vivem na pele ou sob a pele e se alimentam do animal causando prejuízos por comprometerem o desempenho e a saúde dos animais. Os mais comuns são:

Carrapatos são incontestavelmente os ectoparasitas de equinos mais importantes no Brasil. É um ectoparasita hematófago, isto é, que se alimenta de sangue que diminui a produtividade e desempenho. São também vetores dos agentes causais da piroplasmose equina, Babesia equi e Babesia caballi, sendo esta doença um fator limitante para o desempenho de cavalos de esporte, além de restringir o comércio internacional desses animais. Considerando que a importação e principalmente a exportação de cavalos vem aumentando intensamente nos últimos anos, além de cavalos brasileiros que vão para provas internacionais, o controle desses artrópodes passa a ser muito importante nesse processo.

Pelo menos três espécies de carrapatos são comumente encontrados em equinos no Brasil: Anocentor nitens, Amblyomma cajennense e Boophilus microplus.

O manejo adequado com carrapaticidas é a melhor forma de combater o carrapato. O importante de se saber quanto ao ciclo do carrapato é que ele apenas se alimenta no cavalo, passando a maior parte da vida no meio ambiente, portanto, ao se pulverizar o animal, esta atingindo apenas pequena parte dos carrapatos existentes. Desta forma, um controle eficaz dos carrapatos demora certo tempo, até anos, para podermos quebrar seu ciclo.

Alguns carrapaticidas do mercado não matam o carrapato, mas compromete sua reprodução, quebrando desta forma seu ciclo. Outros atuam diretamente no carrapato matando-o, mas para atingir os outros carrapatos do meio ambiente, o carrapaticida precisa ter um efeito residual eficaz. Para cavalos temos poucos produtos realmente eficazes e seguros. Um princípio ativo que se tem mostrado eficaz sem comprometer a saúde do animal é a Cipermetrina. Muito cuidado com produtos à base de Amitraz, pois este princípio pode causar problemas neurológicos e distúrbios como cólicas em alguns animais. De qualquer forma, além da pulverização do animal, deve-se atentar para cuidados com as pastagens para diminuir o número destes parasitas.

A mosca Dermatobia hominis é outro parasita que ataca os equinos, cuja fase larval, no Brasil, é denominada por berne, encontra-se distribuída em quase todos os Estados, variando de intensidade de acordo com as condições climáticas. A mosca adulta mede 12 a 15 mm e vive apenas 4 dias, neste período fixa seus ovos em diversos insetos hospedeiros que o transmitem aos mamíferos (especialmente cães e bovinos e mais raramente, equinos) e que pode ser na pele íntegra do animal, quando haverá eclosão dos ovos e desenvolvimento desta larva por 40-50 dias, chegando a medir 5 a 6 cm. Após este período caem no chão, e completam seu desenvolvimento transformando-se em pupa e depois no animal adulto após 35 a 40 dias. Deve ser controlado, pois causa grande desconforto ao animal. Apesar de não ser comum em equinos, temos observado muitos casos deste parasita, talvez devido à maior incidência de lixo e da proximidade dos cavalos aos grandes centros.

Popularmente chamada de Bicheira a Miíase é a larva da mosca “varejeira” que se desenvolve em uma solução de continuidade (ferimento aberto) e em grande quantidade (a fêmea chega a colocar 1000 ovos de uma vez). A característica principal da miíase é o odor extremamente desagradável que se segue com o desenvolvimento das larvas. É facilmente prevenida através de limpeza e assepsia correta dos ferimentos. Em caso de instalação de miíase em um ferimento, este deve ser limpo, todas as larvas retiradas e feito curativo no local diariamente.

A habronemose é outra doença que acomete os equinos, ela é causada por larvas do nematoide Habronema spp. Normalmente, estas larvas são ingeridas pelos equinos, mas algumas vezes estas larvas são depositadas próximo aos olhos ou em feridas na pelo causando a habronemose cutânea.

No ciclo do Habronema a mosca pousa nas fezes de um animal infestado e passa a ser um hospedeiro intermediário. O ciclo evolutivo do Habronema é indireto, usando como vetor a mosca doméstica (Musca domestica) e a mosca dos estábulos (Stomoxys calcitrans). No local onde foram depositadas as larvas forma-se uma ferida de difícil cicatrização causando grande desconforto aos equinos e grandes prejuízos econômicos para o produtor.

As lesões aparecem em locais comuns de traumatismos e onde o cavalo não consegue remover as moscas, como o rosto, perto da região medial dos olhos, a linha média do abdômen, nos machos em torno do pênis e prepúcio. Além de lesões nas patas, anca e pescoço.

Ocorre um a proliferação muito intensa de um tecido granuloso que não cicatriza. A habronemose cutânea pode ser facilmente diagnosticada pelo encontro e identificação de larvas em raspado de pele ou biópsia da lesão

O tratamento consiste na remoção deste tecido além de aplicação de Ivermectinas associadas a Organoclorados e produtos cicatrizantes. Os animais devem ser sempre monitorados e caso ocorra algum tipo de ferimento, tratar a ferida e cobri-la.

Fonte: Cavalo Completo

Adaptação: Revista Veterinária

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Atualizado em: 21 de janeiro de 2013