Carreira Veterinária: Relação homem/animal aquece mercado

A relação mais estreita entre homens e bichos motiva avanços na carreira veterinária. Diversos serviços são responsáveis pelo aquecimento do Mercado quanto à procura por profissionais veterinários, com determinadas especializações.

Entubamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), cirurgia, acesso de asma, exame de ultrassom na bexiga, consulta são alguns dos diversos serviços que requerem a presença do profissional. À medida que aumenta o número de animais de estimação, aumenta a necessidade de pessoas capacitadas para tais atendimentos especializados nas clínicas de Pet Care.

Quem estuda medicina veterinária tem a opção de trabalhar em instituições como essa, uma vez que com a graduação, que dura no mínimo cinco anos, sem o período de residência, o estudante aprende a prevenir, controlar, erradicar e tratar doenças em animais de grande e pequeno portes, além ser capacitado para realizar o controle da qualidade dos produtos e subprodutos de origem animal para o consumo humano.

A conclusão do curso garante ao estudante o diploma de clínico e cirurgião veterinário, mas, assim como na medicina humana, a tendência dos últimos anos é partir para a especialização, como odontologia, oncologia, radiologia, dermatologia, entre outras.

Segundo o veterinário Marcelo Quinzani, a desvantagem dessa tendência é que o paciente passa a ser visto “por partes”, pois dependendo da especialidade, o profissional verifica apenas determinada parte do corpo do animal ou problema que este possa sentir. Dessa forma, de acordo com Quinzani, os especialistas não enxergam o conjunto do paciente e essa situação acaba encarecendo o custo da saúde.

O veterinário, formado na área há 20 anos, pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), sustenta que a relação dos animais com os homens mudou e se harmonizou nos últimos 15 anos, o que aqueceu o mercado.  Segundo ele, passou a haver uma valorização do animal no ambiente familiar, o que fez com que o animal que vivia esquecido no quintal passasse a ser introduzido na casa, junto e como parte da família, estreitando as relações. Essa situação permite que as pessoas identifiquem quando o animal não está bem e, assim, procurem o serviço veterinário, aquecendo a procura por esse profissional.

Quinzani sustenta também que o amor pelos animais não é suficiente para optar pela carreira, pois o serviço não dispensa as relações humanas, uma vez que cães e gatos dependem dos donos, seja para levá-los à clínica ou para custear as despesas do serviço.  Por causa disso, o veterinário precisa saber se relacionar, gostar de conversar, trocar informações com o dono do animal, para que possa descobrir o que o animal tem.

Saber cobrar pelo conhecimento e serviço oferecido é uma das características apontadas por Quinzani para que o profissional tenha sucesso. Segundo ele, o amor aos animais pode desencadear uma frustração financeira muito grande, se o veterinário não entender, desde o princípio, que o auxílio oferecido ali é profissional e que, apesar de ter como finalidade o bem-estar do animal, o atendimento é um negócio.

Os diversos serviços oferecidos pelo Pet Care, por causa de seus altos custos (uma consulta durante o dia custa R$ 229, à noite ou de madrugada sobe para R$ 265 e uma diária na UTI sai por R$ 2.400) ainda são restritos às famílias de alto poder aquisitivo. Nesse contexto, Quinzani diz que é comum, no início da atividade, o profissional se sentir impotente diante de um animal cuja família não pode pagar o tratamento ideal, ou, ainda, perante um bicho que não tem cura e não será possível salvá-lo. Mas, ao longo da carreira, o veterinário aprende a lidar com a perda dos animais, já que, apesar do avanço da medicina, nem todos os casos são bem sucedidos.

O veterinário Quinzani, que, por estar há muito tempo na área, chega a atender até a terceira geração de cães da família, depara-se com casos de animais que têm como única saída a eutanásia e, por conhecer a dona do animal desde criança, abala-se com a perda. Diante disso, Quinzani lembra que apesar da resistência emocional que o profissional vai adquirindo ao longo da carreira, alguns casos podem abalá-lo, mas precisa considerar o melhor para o animal.

Fonte: G1

Adaptação: Revista Veterinária

 

 

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