Como é feita a coleta de medula óssea em cães e gatos?

coleta de medula óssea em cães e gatos

Assim como em humanos, a coleta de medula óssea em cães e gatos é um procedimento importante para diagnóstico de algumas doenças. Entre as principais estão linfomas, leucemias, trombocitopenias e anemias não regenerativas, além de identificar a presença de parasitas e para acompanhamento de quimioterapia. 

Nos pequenos animais, a medula é encontrada na borda acetabular, crista ilíaca, epífise de ossos longos, esterno e regiões do íleo. Precisa de maiores informações sobre medula óssea e como a coleta deve ser realizada? Conheça tudo sobre a técnica ao longo do texto. Boa leitura!

Quando e como coletar a medula óssea em cães e gatos?

A função da medula óssea é realizar o processo de hematopoiese de células eritróides, granulocíticas, megacariocíticas e linfocitárias no organismo. Normalmente, o médico veterinário solicita a coleta para identificar doenças ou quando o exame de hemograma do animal apresenta algumas alterações, tais como: neutropenia persistente, leucocitose, morfologia anormal de células sanguíneas, presença inexplicável de células imaturas no sangue entre outras. 

Nesse sentido, a coleta de medula óssea seguida da análise laboratorial é indicada visando a obtenção de células pluripotenciais para avaliar as condições com mais acurácia. Para realizar o procedimento, o animal deve receber anestesia geral, com jejum de 12h de alimentos e 6h de água. 

O local em que a medula será coletada deve passar por uma raspagem dos pelos. Com o animal posicionado em decúbito lateral, o médico veterinário deve introduzir a agulha rotacionando-a até que esta esteja firmemente fixada ao osso. Para iniciar a perfuração, devem ser realizados movimentos de rotação entre o pulso e o antebraço, simultaneamente, evitando a movimentação lateral da agulha. Em seguida, aspira-se com uma seringa e EDTA 3% na agulha, coletando entre 0,5 e 1 mL do material. 

Já na parte final, a medula óssea deve ser depositada em frasco esterilizado e com anticoagulante. Deve-se retirar a agulha da seringa e depositar a medula óssea lentamente sobre a parede do frasco, homogeneizando-o lentamente. O envio para laboratório deve acontecer no prazo máximo de 24 horas. 

Principais cuidados no procedimento

Para que a coleta seja realizada corretamente, o médico veterinário responsável pela técnica deve tomar alguns cuidados. O cotovelo e o braço do cirurgião deverão permanecer imóveis, para garantir que o orifício de entrada da agulha seja o menor possível. Esse cuidado evita a ocorrência de possíveis fraturas. 

Além disso, deve-se atentar para que os movimentos de rotação sejam lentos e de grande amplitude, pois assim, a superfície de corte da extremidade do bisel é melhor aproveitada. Caso haja o deslizamento da agulha através do osso, a extremidade cortante poderá ser projetada para o interior da pelve, perfurando vísceras, como reto ou próstata, ou um grande vaso, gerando hemorragia importante. Esta situação, certamente é uma emergência, que poderia colocar em risco a vida do paciente. 

Os cuidados após a coleta também merecem atenção. Cães e gatos requerem compressa local para estancar o sangramento e, em caso de necessidade, anti-inflamatório e analgésico podem ser indicados.

Já quanto ao material coletado, o mesmo precisa ser colocado em um frasco esterilizado e com anticoagulante EDTA, se atentando ao prazo de conservação. 

Conhecimento na área

Ter conhecimento das principais práticas hospitalares é um diferencial para o médico veterinário que quer atuar em um mercado restrito e altamente lucrativo. Como visto no texto, a coleta de medula óssea em cães e gatos é um procedimento complexo e que requer capacitação. Conheça o Curso de Práticas Hospitalares em Pequenos Animais e veja como ele pode te ajudar a adquirir todas as habilidades necessárias. 

Fontes: Salão do Conhecimento 2012, CPT Cursos Presenciais, Jornada do Conhecimento TECSA



Atualizado em: 11 de novembro de 2021

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