IATF em ovelhas: otimizando a produtividade

A técnica de inseminação em tempo fixo, conhecida como IATF, passa a ser empregada na criação de ovinos, após ser empregada com sucesso em bovinos. A iniciativa é da central Alta Genetics, de Uberaba (MG), uma das maiores distribuidoras de sêmen.

De acordo com Edson Ramos Siqueira, gerente de produto de caprinos e ovinos, da Alta Genetics, a técnica vai ajudar os ovinocaprinocultores a produzirem mais cordeiros para abate.  Ele acrescenta que o objetivo da empresa é aumentar o uso da IATF em ovinos comerciais. Pretendendo atingir esse objetivo, a distribuidora de sêmen criou, no mês passado, o programa de barateamento do custo de cada inseminação, o Alta Gestação.

A esse programa aliaram-se dois parceiros: a farmacêutica americana Pfizer Saúde Animal, com a capacitação, e o veterinário Sérgio Nadal, da Multiplicação Genética, de Vinhedo (SP), que ficou responsável pela aplicação da IATF nas ovelhas.

Nadal defende que com essa integração de serviços, o preço da inseminação ficou 40% menor, passando de R$ 50 para R$ 20 nos rebanhos comerciais. Além disso, ele acrescenta que o objetivo é ajudar a fazer com a inseminação artificial não seja mais somente para os animais de elite.

O sistema de IATF, por causa da aplicação de hormônios nas fêmeas, permite que todas que recebem o medicamento entrem no cio ao mesmo tempo, o que facilita o trabalho do inseminador. Além disso, tendo elas parição na mesma época, a inseminação artificial ajuda na gestão do rebanho, porque o criador pode formar lotes uniformes de animais do nascimento ao abate.

Considerando que a demanda por ovinos no Brasil é gigantesca, para atender o consumo nacional, o rebanho precisa crescer 120%, para 32 milhões de cabeças.  Atualmente, o mercado doméstico consome 11,5 mil toneladas de carne por ano, boa parte é importada do Uruguai. O País importa anualmente algo em torno de 6,9 mil toneladas. Essa demanda, segundo Nadal, pode ser suprida com a inseminação artificial.

O resultado do uso de um reprodutor comum é muito diferente daquele obtido com a IATF. Em um rebanho que utiliza, por exemplo, a monta natural, um reprodutor pode ter entre 40 e 50 descendentes por estação de monta de 90 dias, número de fêmeas que ele consegue emprenhar no período. Isso pode chegar a 100, em caso de monta natural seja controlada.

Com a inseminação artificial, como não há a participação do macho na cobertura das fêmeas, o volume pode ser multiplicado inúmeras vezes, por isso, segundo Nadal, a IATF é a melhor forma de potencialização do uso da genética de um melhorador. No programa Alta Gestão, tornam-se doadores de sêmen os reprodutores que podem transmitir aos seus filhos características produtivas desejadas, como o maior ganho de peso.

A inseminação em ovelhas é feita por laparoscopia, um procedimento cirúrgico minimamente invasivo. Através de uma pequena incisão, o sêmen é depositado diretamente no útero da fêmea, o que, segundo Nadal, pode garantir um índice de prenhez entre 70% e 90% das fêmeas inseminadas. O processo de aplicação do sêmen por laparoscopia, por animal, é feito a campo em local limpo e leva apenas dois minutos.

Visando aprimorar a técnica, ao longo do ano, a Pfizer vai treinar técnicos e dar palestras sobre IATF em ovinos. O objetivo é analisar as condições e os índices zootécnicos dos rebanhos das fazendas, para desenvolver um plano de ação com metas e ganhos produtivos e financeiros, além de uma seleção genética dos reprodutores ideais para a inseminação artificial.

Fonte: Terra

Adaptação: Revista Veterinária

 

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Atualizado em: 26 de junho de 2012