O desempenho reprodutivo é, muitas vezes, prejudicado pela baixa taxa de serviço, pois existem dificuldades na detecção de cio e a ciclicidade em alguns animais (como as vacas, por exemplo) pode estar alterada. Por isso, a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), é uma técnica utilizada para resolver esse problema. Nessa técnica, 100% das matrizes são inseminadas, contando com a necessidade, porém, de que as fêmeas estejam com mais de 40 dias pós-parto, com folículos em crescimento nos ovários e com manejo nutricional e sanitário adequados.
Através dessa técnica de reprodução é possível programar o nascimento das crias e trabalhar com estações reprodutivas curtas, aperfeiçoando a mão de obra na fazenda. Além disso, a uniformidade da produção, que essa reprodução permite, é também um fator relevante na comercialização. Como todas as matrizes terão a mesma chance para emprenhar, as que forem mais eficientes permanecerão no plantel e as que estiverem vazias no final da estação serão descartadas. Para isso, é recomendável eliminar aquelas que tiverem morte embrionária ou aborto constatados.
Antes da aplicação da técnica, os animais devem estar em balanço energético positivo, ou seja, os animais devem estar ganhando peso e permanecerem assim até o repasse. Em hipótese alguma os animais podem estar em perda de peso crescente, pois isso prejudicaria o resultado. É melhor ter animais com score 2,5 caminhando para 3 do que animais com escore corporal 3,5 caminhando para 2.
As matrizes a serem selecionadas para os lotes de IATF deverão ser previamente avaliadas, quando for possível, para que permaneçam na fazenda somente os animais com boa chance de emprenhar. Para isso, devem ser eliminados, aos poucos, animais improdutivos como vacas solteiras. As matrizes que perderam suas crias por razões não inerentes a elas, podem ter outra chance. Nesse processo de seleção, dar atenção especial às novilhas, que devem possuir aparelho reprodutivo suficientemente desenvolvido e às primíparas por sentirem mais o parto do que as vacas de segunda ou mais crias.
Os custos dos medicamentos envolvidos na IATF giram em torno de R$18,00 e R$20,00 por animal, variando de acordo com o número de utilizações dos implantes de progesterona e a dosagem do eCG. A PGF possui pouca variação de preço no mercado e os estrógenos podem ser adquiridos a valores bem razoáveis. A compra de medicamentos para grande número de animais pode reduzir sensivelmente o custo do protocolo.
A Inseminação Artificial em Tempo Fixo possui as seguintes vantagens: as matrizes podem ser inseminadas a partir de 40 dias após o parto; não é necessária a observação de cios; obtenção de um cria/matriz/ano; melhor acompanhamento do desempenho reprodutivo das matrizes, descartando-se aquelas improdutivas; não é necessário possuir um botijão próprio para armazenamento do material genético. Pode-se negociar com a empresa fornecedora do sêmen para que ela empreste ou alugue até o final da estação, evitando as recargas de nitrogênio líquido fora do período da estação; e padronização dos lotes na desmama dos bezerros.
Além disso, essa técnica tem-se mostrado muito eficiente, pois tem sido útil para emprenhar animais de baia que têm dificuldade de ciclar ou manifestar cio, representando-se ótima forma de ampliar a produção.
Fonte: Embryosys
Adaptação: Revista Veterinária
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