Ruptura de ligamento cruzado em cães, você sabe o que é?

As afecções ortopédicas nos cães estão cada vez mais frequentes na medicina veterinária. Os profissionais dessa área atribuem essa frequência ao contato cada vez mais próximo e a convivência diária com o homem, desses animais que, por vezes, são a única companhia de muita gente. Novos hábitos, nem sempre os mais desejáveis também contribuem para que isso aconteça.

As consequências desses incidentes são muito marcantes, a começar pela dor associada a uma lesão ortopédica. Essa dor é considerada, atualmente, fator de desgaste na qualidade de vida dos cães, e também dos humanos.

Instala-se, assim, um processo geral de prejuízos, comportando-se como uma cascata que aflige não só ao membro acometido, mas também ao organismo como um todo. Trata-se de inflamação, inchaço, manqueira até a instabilidade articular, reflexos musculares e vertebrais, que levam, muitas vezes, às predisposições e às lesões degenerativas.

A ruptura do ligamento cruzado cranial é uma das afecções mais vistas e estudadas. Pode acontecer em virtude de traumas ou até mesmo pela fadiga progressiva das estruturas do joelho (KIM et al., 2008) . A manifestação mais comum é uma manqueira súbita, que pode ser subsequente a um trauma e pode vir acompanhada ou não de vocalização (grito).

A claudicação, permanente ou intermitente,  é que define se houve lesão total ou parcial. O inchaço do joelho é também importante sinal. Animais com sobrepeso, que pulam muito, raças grandes ou que já tenham sofrido lesão em um dos joelhos estão na lista de maior risco (no último caso, por conta da sobrecarga, é maior a chance de se romper o contralateral) (BARCHAS, 2008). Caso não seja tratada adequadamente, uma lesão parcial pode levar a lesões de menisco, com maior chance de degeneração articular, resultando em artrose, e grande comprometimento da região.

Existem várias técnicas usadas na correção da ruptura do ligamento cruzado cranial, como implantes biológicos ou sintéticos (OLIVEIRA et al., 2003) abordagens intrarticulares – substituição artroscópica do ligamento (MUZZI et al.) – e extrarticulares – ancoragem, osteotomias corretivas (CTWO, TPLO, TTA, PTIO)(KIM et al., 2008), dependendo do caso, raça, peso do cão e outros fatores. Recomenda-se o tratamento medicamentoso, visando ao controle da dor e evitando a inflamação.

A fisioterapia é indicada, após a cirurgia, atuando na atrofia muscular, edema, controle da dor e promovendo resistência das estruturas do joelho, ajudando o cão a apoiar o membro o quanto antes. Dentro do protocolo fisioterapêutico são utilizados recursos como a crioterapia e eletroterapia em grupos musculares específicos (MUZZI et al., 2009).

As lesões ortopédicas têm sua importância na medicina veterinária atual, principalmente nos estudos de reabilitação, e devem ser tratadas visando não somente ao bem estar do paciente em questão, à resolução do problema em si, mas também resguardando sua saúde, no que tange à prevenção de lesões degenerativas. A fisioterapia veterinária é uma ferramenta comprovadamente eficaz e pertinente, que abrange estas e muitas outras premissas do bem estar animal.

Fonte: Dogtimes

Adaptação: Revista Veterinária

 

 

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