Torção gástrica em cães: entenda o diagnóstico e o tratamento

Torção gástrica em cães
Rottweilers, Labradores, Pastores Alemães e São Bernardos, ou outras raças que apresentem um tórax profundo e estreito, são os mais acometidos por essa síndrome

A torção gástrica em cães, também chamada de Síndrome da Dilatação Vólvulo Gástrico (DVG) ou apenas vólvulo gástrico, é uma urgência clínica que atinge, principalmente, caninos de grande porte. Pode ser causada por falhas na alimentação do animal e, se não for tratada por um profissional preparado para situações de urgência, pode ser fatal. 

Por ser uma enfermidade que apresenta um alto índice de mortalidade, reconhecer esse problema o quanto antes pode ser imprescindível para a vida do animal acometido. Continue a leitura para saber mais sobre esse assunto! 

O que é a torção gástrica em cães? 

A DVG acontece quando o estômago é dilatado de maneira anormal e acaba por causar uma torção, que está ligada ao acúmulo ou excesso de gases, líquidos ou alimentos. Dessa forma, o volume do órgão ultrapassa a capacidade dos seus ligamentos, fazendo com que gire sobre seu próprio eixo e impedindo o animal de eliminar esses dejetos de maneira natural. A causa desse mal ainda é desconhecida, mas algumas situações podem deixar os caninos mais suscetíveis a uma torção. 

Existe um alto risco de torção gástrica em cães quando o animal não se alimenta da maneira adequada. Esse mal é comumente percebido em caninos que comem apenas uma vez ao dia e ingerem grandes quantidades de alimentos, sólidos ou líquidos, em um curto período de tempo e que consomem alimentos secos ou com alto teor de gordura.

Também, as características do animal interferem nas causas da DVG. Cães de grande porte, como Rottweilers, Labradores, Pastores Alemães e São Bernardos, ou outras raças que apresentem um tórax profundo e estreito, são os mais acometidos por essa síndrome. Caninos idosos ou abaixo do peso ideal também são mais propensos à torções gástricas. Além disso, analisar o histórico familiar do animal pode ser uma maneira de entender o motivo de alguns cães serem mais predispostos a desenvolver a DVG.  

Sinais clínicos e diagnóstico 

A torção gástrica em cães apresenta sinais bastante específicos, o que requer, mais uma vez, preparo e atenção do veterinário ou clínico que atenderá o animal. A DVG pode comprometer, além do estômago, a circulação de sangue em órgãos próximos. Na maioria dos casos, cerca de três horas após a refeição, os cães acometidos poderão apresentar:

  • náuseas ou tentativa de vômito
  • salivação excessiva 
  • dilatação do abdômen
  • falta de ar ou dificuldades para respirar
  • timpanismo
  • indicativos de choque (taquicardia, mucosas pálidas, pulso femoral enfraquecido)

Caso algum dos sinais clínicos apresentados seja observado no comportamento do animal, o recomendado é procurar, com urgência, uma clínica veterinária, a fim de evitar maiores complicações. 

O diagnóstico da DVG é possível após um exame clínico e radiografias de contraste, além de exames físicos e consultas ao histórico do . Em algumas situações, também é utilizada uma sonda gástrica, introduzida via oral, com o objetivo de alcançar o estômago do animal para reconhecer possíveis torções. O impedimento da passagem da sonda até o órgão em análise é um sinal evidente de que há uma torção gástrica.   

Tratamento

O tratamento da torção gástrica em cães deve ser feito por um profissional capacitado e treinado para atuar em situações de urgência, uma vez que possíveis tratamentos caseiros ou o uso de medicamentos sem recomendação podem acabar por agravar o quadro clínico do animal. Na maioria dos casos, são administrados antibióticos e alguns fluidos específicos, a fim de realizar uma lavagem gástrica, extraindo do estômago o conteúdo que foi responsável pela torção. 

Caso haja necessidade, o animal pode ser submetido a uma cirurgia, a fim de alocar o estômago do canino na posição correta, fixando-o na parede abdominal e corrigindo o deslocamento causado pela dilatação gástrica. No entanto, antes da realização desse processo, é necessário que o médico veterinário ou clínico realize uma punção gástrica, com o objetivo de retirar os gases e diminuir a pressão e inchaço abdominal. Com esse procedimento, também é possível analisar estruturas como o baço, para avaliar se existem partes do tecido que foram danificadas e precisam ser retiradas. 

Prevenção da torção gástrica em cães

Mesmo que as causas dessa síndrome ainda não sejam evidentes, algumas medidas podem ser tomadas para impedir que a torção gástrica em cães ocorra e garantir o bem-estar do animal. Dentre estas, pode-se destacar: 

  • garantir ao animal uma alimentação de qualidade 
  • administrar quantidades adequadas de ração e água
  • impedir que os cães se exercitem muito após se alimentarem 
  • permitir que o animal se alimente de maneira tranquila, sem submetê-los a situações de estresse. 

É correto dizer que um diagnóstico rápido e um tratamento adequado e realizado da maneira correta podem ser responsáveis por salvar a vida dos animais que são acometidos por torções gástricas ou outros problemas que requerem cirurgias de emergência. Dessa forma, o preparo dos profissionais é crucial para quem se interessa pela área. Gostaria de se especializar? Conheça o Curso de Cirurgias de Urgência em Pequenos Animais

Fontes: CPT Cursos Presenciais, Cachorrogato, Infoescola, Perito Animal, FAEF e Unicruz.



Atualizado em: 9 de setembro de 2022

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