Anestesia locorregional para membro torácico em pequenos animais

Anestesia locorregional para membro torácico em pequenos animais

A anestesia locorregional é considerada atualmente um dos pilares base de analgesia em todos os protocolos anestésicos de medicina humana e, a medicina veterinária segue essa tendência. São diversas técnicas usadas para realização de bloqueios, oferecendo segurança e bons resultados ao animal. 

Uma delas é a anestesia locorregional para membro torácico. Este bloqueio proporciona anestesia reversível e analgesia da região dessensibilizada, sendo frequentemente aplicada em cirurgias ortopédicas, amputações e lacerações nessa região em pequenos animais. Confira neste artigo como ela costuma ser realizada pelos médicos veterinários!

Algumas técnicas da anestesia locorregional para membro torácico 

A segurança da analgesia local promovida pelos bloqueios locorregionais tem sido uma ótima escolha para pacientes críticos, reduzindo a necessidade de anestesia geral, e seus possíveis riscos. Existem algumas técnicas para a anestesia local de membros torácicos em pequenos animais e destacamos duas:

  • Bloqueio de Plexo Braquial 

A abordagem normalmente utilizada é a administração de anestésico proximal aos nervos que compõem o plexo braquial, na altura da articulação escapuloumeral. Existem diversas técnicas para a realização do bloqueio de plexo braquial.

No caso do membro torácico, é feita a inserção da agulha na depressão triangular formada pela união da borda anterior do músculo supra-espinhal com a parede torácica, e a borda dorsal do músculo braquiocefálico para bloqueio do plexo braquial. 

Alguns autores relatam a introdução da agulha em sentido crânio-medial à articulação escápulo umeral, na região conhecida como “vazio torácico”, em direção à junção costo-condral, e paralelamente à coluna vertebral, administrando-se o anestésico à medida que a agulha é removida. Com essa técnica, o bloqueio alcança somente as regiões distais do cotovelo. 

  • Bloqueio paravertebral cervical 

A técnica de bloqueio do membro torácico com acesso paravertebral cervical também é uma opção. O acesso e o bloqueio anestésico local das emergências das raízes nervosas cervicais (C6,C7 e C8) e torácica (T1), formadoras de toda a inervação que supre o membro torácico, possibilita a analgesia das regiões escapular, úmero e radioulnar.

Geralmente, se opta por esta abordagem quando há necessidade de um bloqueio mais alto, como em casos de amputações de membros torácicos ou procedimentos cirúrgicos em região de escápula. 

Vantagens da anestesia locorregional 

Os bloqueios anestésicos locais são muito importantes no controle da dor trans e pós operatória. Este tipo de anestesia proporciona a diminuição da sensibilização central à dor, minimização da reação tissular inflamatória e diminuição da dose e frequência dos analgésicos empregados no pós-operatório. 

Na utilização do bloqueio do plexo braquial associado à anestesia geral inalatória ou intravenosa, por exemplo, é possível reduzir doses e concentrações necessárias dos agentes anestésicos gerais, diminuindo assim, os seus efeitos cardiorrespiratórios. 

Outra grande vantagem é a redução do estresse cirúrgico causado nos animais, já que bloqueia a aferência nociceptiva ao sistema nervoso central e a eferência do sistema  nervoso simpático. Como resultado, temos o relaxamento da musculatura. Além disso, o risco de complicações e morte em decorrência de anestesia é muito menor do que se comparamos aos bloqueios gerais.

A anestesia locorregional é uma demanda crescente

A aplicação de bloqueios locorregionais exige um profissional dedicado, com conhecimento das vantagens e desvantagens das técnicas e fármacos utilizados e domínio na utilização da ecografia e anatomia para tomar o máximo partido desta modalidade analgésica. 

O treino é essencial, mas ele deve ser aliado ao aprofundamento do conhecimento teórico. Se você se interessou pelo assunto e quer aprender mais sobre a área, confira o Curso de Anestesia Locorregional em Pequenos Animais. 

Fontes: CPT Cursos Presenciais,Veterinária Atual, Enzele. Maria Laura, Carvalho. Yuri Karaccas



Atualizado em: 7 de outubro de 2021

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