Endometrite clínica: alguns esclarecimentos a respeito dessa doença

A endometrite clínica é uma inflamação localizada do endométrio, muitas vezes associada à infecção bacteriana do útero, causada principalmente pelo A. Pyogene, que ocorre após a terceira semana pós-parto e leva a redução na fertilidade da vaca leiteira.

Essa doença tem como característica a presença de exsudato uterino purulento ou mucopurulento (50% pus). O critério para o diagnóstico de endometrite clínica, validado por Leblanc et al, demonstrou que vacas com essas características apresentaram redução da probabilidade de prenhez após a primeira inseminação artificial e a extensão no intervalo entre o parto e a prenhez.

O tratamento da endometrite clínica consiste primeiramente em eliminar a infecção bacteriana, reduzir o processo inflamatório uterino e restabelecer a fertilidade da vaca. De maneira geral, há duas estratégias básicas para o tratamento da endometrite clínica: o uso de antibióticos sistêmico ou local e o uso de prostaglandinas.

O sucesso da terapia com uso de antibióticos através da infusão intrauterina parece depender do produto utilizado. Não há evidência de que o tratamento de endometrites clínicas com infusão intrauterina de penicilina ou tetraciclina melhoram o desempenho reprodutivo de vacas leiteiras. No entanto, o tratamento com uma única infusão uterina de 500 mg de cefapirina aumentou a taxa de prenhez em vacas com endometrite clínica e de vacas consideradas de alto risco para endometrite clínica. Portanto, o uso de tratamento único após a quarta semana pós-parto com uma cefalosporina de primeira geração melhorou o desempenho reprodutivo de vacas leiteiras com endometrite clínica.

Outra alternativa para o tratamento das endometrites clínicas é o uso de prostaglandinas como o dinoprost ou o cloprostenol. Vacas cíclicas geralmente respondem à prostaglandina após o quinto dia do ciclo estral. A lise do corpo lúteo faz com que a vaca retorne ao cio e acabe eliminando o conteúdo uterino através da migração de leucócitos ao útero e abertura da cérvix com contração do miométrio. Há inúmeros estudos indicando que o uso rotineiro de prostaglandinas após os 30 dias pós-parto melhoram o desempenho reprodutivo de vacas leiteiras. No entanto, o uso de prostaglandina para o tratamento da endometrite clínica, demonstra ineficácia para os tratamentos com antibiótico intra-uterino.

Fonte: Marcos Veterinário

Adaptação: Revista Veterinária

 

 

 

Conheça o Curso de Inseminação Artificial e Estratégias de IATF em Bovinos

 

 



Atualizado em: 6 de junho de 2012