Mastite bovina: entenda seu impacto negativo em vacas leiteiras!

Mastite bovina entenda seu impacto negativo em vacas leiteiras
A mastite bovina é um risco não só para os animais, mas também para a lucratividade do rebanho leiteiro. Veja nossas dicas de prevenção!

A mastite bovina, ou infecção nas glândulas mamárias das vacas, é um problema estudado há muitos anos. Isso se dá, já que tais enfermidades afetam, diretamente, qualidade e a quantidade do leite produzido pelas fêmeas, tendo impacto, portanto, sobre o rendimento do rebanho. Dessa forma, como modo de prevenir prejuízos graves e perdas na lucratividade, entender todo o contexto de ocorrência da mastite é essencial para veterinários, criadores e profissionais do segmento. 

Além disso, entender essa infecção garante a contenção de seu caráter altamente contagioso, de alta transmissão. Isso porque, na grande maioria dos casos, a ocorrência de mastite bovina está ligada à ações incorretas de manejo sanitário e higiene de estruturas e animais. Sendo as causas mais comuns para o surgimento, relacionadas à falta de higiene e erros durante a ordenha.

Neste artigo, vamos abordar mais sobre essa doença e seus impactos, bem como apresentar dicas de como prevenir e tratar esse mal. Boa leitura!

O que é a mastite bovina?

Como introduzimos, a mastite bovina é a inflamação nas glândulas mamárias das fêmeas. Podendo ser causada por uma grande variedade de microrganismos, como bactérias, vírus, fungos ou, até mesmo, algas, a mastite tem sua origem ligada à problemas de manejo, manutenção e higienização de ambientes, estruturas e animais do rebanho.

Assim, a mastite pode se manifestar com sintomas como febres, mau desempenho reprodutivo, apatia, irritação nos tetos, dentre outros. A doença ainda pode se apresentar em suas duas formas, sendo dividida em clínica e subclínica. 

  • Mastite bovina clínica: ocorre quando há inflamação no úbere e nos tetos, com alguns sinais visíveis como alterações no leite e mudanças de volume e coloração avermelhada no úbere;
  • Mastite bovina subclínica: não há alterações visíveis, porém há um aumento na produção de células somáticas com prejuízos à produção leiteira.

De modo geral, animais com grande estresse e problemas metabólicos relacionados à lactação estão mais suscetíveis a contrair a doença.  

Principais causadores da mastite bovina

Agora que entendemos melhor o que é a mastite bovina, é preciso conhecer suas causas. Somente assim o impacto na produção se tornam mais evidentes e, por consequência, a prevenção mais eficaz. Com isso, sabemos que a mastite é causada por dois grupos de microrganismos, os que são agentes infecciosos e os que são agentes ambientais. De forma direta, isso se traduz em:

  • Agentes infecciosos: são, em sua maioria, bactérias que se alojam na pele do teto e, daí seguem até infectar a glândula mamária. Uma vez na glândula, elas se alojam nas porções secretoras e iniciam o processo inflamatório;
  • Agentes ambientais: estes são microrganismos presentes no ambiente, como o nome sugere. Ou seja, estão alojados em esterco, lama, água e podem infectar o úbere onde, normalmente, encontram um ambiente favorável para seu desenvolvimento. 

Considerando os dois grupos, as mastites ambientais, causadas pelo grupo de agentes de mesmo nome, costumam ser as mais perigosas, resultando com grande frequência em quadros de mastite clínica. Além disso, essas infecções podem evoluir para quadros mais severos como fibrose do teto causando a perda do mesmo e, até mesmo, morte do animal por endotoxemia.

Mastite bovina e o prejuízo financeiro

Uma das piores consequências da ocorrência de mastite bovina nos rebanhos leiteiros, é o prejuízo financeiro causado pela doença. Como a doença pode ter causas diferentes e diferentes níveis de intensidade, é complicado estimar a média, em valores, que uma produção pode perder com a mastite. Contudo, é certo que, dentro do valor despendido se encontram questões como:

  • Custos com medicamentos, tratamentos e consultas para acompanhamento do rebanho;
  • Descarte de produto inviabilizado;
  • Descarte e morte de animais , muitas vezes de forma precoce;
  • Perda da qualidade do produto;
  • Redução do volume produzido.

Sendo este último, a principal causa do prejuízo da doença, uma vez que essa queda pode chegar a 30% menos leite por animal doente. Outro ponto importante é que, mesmo que o animal esteja recebendo tratamento, seu leite ainda pode ser descartado já que há grandes chances de que seja detectada a presença de antibiótico. Independentemente de estar em sua forma clínica ou subclínica, a mastite representa um sinal de alerta para o produtor que não deseja ter prejuízos severos.

5 dicas para prevenção da mastite bovina

Diante de todos os problemas causados pela mastite bovina, alguns cuidados são essenciais para a prevenção da doença, como higienização de ambientes e estruturas, e manejo de ordenha correto. Pensando nisso, separamos cinco dicas para ajudar produtores e veterinários a pensarem soluções de prevenção da doença, nos mais diversos modelos de sistema de criação. Confira:

#1 Atenção à cama do rebanho

Isso mesmo! Se pensarmos no agentes ambientais, por exemplo, é quase certo que eles irão se proliferar um lugares sujos e úmidos. Por isso, uma maneira eficaz de prevenir a mastite bovina é oferecer aos animais uma cama, e espaços de descanso, secos e limpos. Além disso, um ambiente arejado também auxilia tanto no conforto animal, como na manutenção da cama nas condições ideais.

#2 Fique de olho no bem-estar animal!

Animais estressados, como mencionamos anteriormente, são mais propensos a contrair a doença. Sendo assim, práticas que auxiliam no bem-estar animal são uma boa forma de prevenir casos de mastite bovina. Garantir o conforto térmico dos animais, principalmente no verão, espaço e ambiente adequado, são ações simples, que devem fazer parte da rotina de cuidados e manejo do rebanho.

#3 Ordenha! Ordenha! Ordenha!

O momento da ordenha é crucial na prevenção da mastite bovina. Desde as práticas pré-ordenha, até o momento da ordenha em si, os cuidados tomados pelos responsáveis fazem a diferença contra a doença. Alguns processos recomendados são:

  • Pré-dipping com antisséptico de eficiência comprovada;
  • Tetos limpos e secos antes da colocação dos equipamentos;
  • Eliminação dos primeiros jatos de leite;
  • Análise dos primeiros jatos – a presença de coágulos ou grumos pode ser sinal da mastite no animal.

#4 Elimine as moscas

Moscas podem servir como vetores para os agentes causadores da mastite bovina entrarem em contato com o rebanho. Além disso, elas geram desconforto aos animais sendo um potencial agravante em quadros de estresse. Dessa forma, tomar medidas de controle de moscas e insetos, eliminando focos desses seres auxilia na prevenção da doença.

#5 Capacitação é importante

Para que toda a equipe entenda a importância das práticas que levam à prevenção da mastite bovina, é preciso que ela esteja bem alinhada e capacitada. Conhecimento, em casos como esse, é parte da estratégia de planejamento da propriedade como prática de redução de riscos e prevenção de prejuízos. Ou seja, um tipo de colaboradores profissionalmente treinado pode ser a chave para a lucratividade da propriedade. 

Por fim, é importante ressaltar que as práticas de prevenção e controle da doença ainda são a melhor maneira de evitar um prejuízo significativo. Entretanto, isso não quer dizer que tratamentos são ineficazes, apenas que os custos para eliminar o problema uma vez que ele se instala no rebanho, contribuem para o rombo no bolso do produtor. Assim, prevenir e controlar são as melhores estratégias para que lida com o rebanho leiteiro.

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Fonte: Fundação Roge, Tecnologia no Campo e Compre Rural



Atualizado em: 8 de abril de 2021

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