Conheça as patologias espermáticas em bovinos e como elas afetam a reprodução

A capacidade reprodutiva dos bovinos depende de vários fatores, como manejo reprodutivo e nutricional correto, condições climáticas, sanidade, idade e, principalmente, a presença de patologias espermáticas em bovinos. Devido a tantas possíveis influências na qualidade do sêmen, selecionar os reprodutores por meio do exame andrológico é fundamental para escolher animais com boas condições reprodutivas. 

O diagnóstico do potencial fecundante e da qualidade do sêmen é muito importante para obter os resultados esperados, já que o uso de reprodutores incorretos pode trazer consequências desastrosas para o rebanho, além da diminuição da lucratividade da propriedade. 

Além de realizar o exame, saber quais são as possíveis patologias espermáticas deve estar entre os conhecimentos dos médicos veterinários focados em reprodução bovina. Portanto, falaremos a seguir quais são as principais doenças, os impactos reprodutivos e como tratar a doença.

Patologias espermáticas e os impactos reprodutivos

Um epidídimo é formado por cabeça, corpo e cauda. São eles os responsáveis por transportar, armazenar e maturar os espermatozóides. Portanto, qualquer alteração pode interferir na reprodução. Entre as patologias espermáticas existentes, falaremos sobre a hipoplasia epididimária e a aplasia segmentar. 

A hipoplasia e a aplasia segmentar do epidídimo são alterações de origem congênita e hereditária. Elas podem ser uni ou bilateral e quase sempre evoluem para espermatocele, podendo culminar com o desenvolvimento de granulomas espermáticos. Caso o epidídimo apresente edema logo na palpação, ele deve ser excluído da possibilidade reprodutiva, especialmente aqueles que apresentam a alteração unilateral. Assim evita-se que o gene deletério seja transmitido a seus descendentes. 

Algumas outras alterações como inflamação (epididimite) e espermatocele também devem ser observadas. Espermatocele, nada mais é do que a dilatação cística do ducto epididimário com acúmulo de espermatozóides. Os impactos da inflamação são a atrofia do epitélio, a ruptura da membrana basal e extravasamento de espermatozóides para o interstício, com posterior desenvolvimento de granuloma espermático. 

Por fim, a epididimite é causada por infecção bacteriana primária ou secundária à inflamação em outras regiões, sendo a patologia que mais afeta a cauda do epidídimo. Ela pode ter consequências que variam desde a queda da fertilidade e a infertilidade em casos mais severos. 

Importância do exame andrológico no diagnóstico das patologias espermáticas 

A importância do exame andrológico está diretamente ligada ao impacto que os reprodutores têm sobre a fertilidade do rebanho. O exame é altamente específico, pois avalia as condições clínicas gerais do bovino e as condições reprodutivas dos mesmos, devendo ser feito por um médico veterinário. 

É no exame específico que é feita uma avaliação dos órgãos reprodutivos, como testículos e epidídimos, glândulas anexas (por palpação retal), pênis e prepúcio. A técnica é fundamental para realizar uma avaliação prévia da fertilidade e da capacidade de monta do reprodutor, de forma a se garantir que este esteja apto à reprodução e evitar maiores problemas ao rebanho. 

Porém, é importante salientar que este tipo de exame tem validade de 30 dias e laudos emitidos há mais tempos devem ser repetidos. Caso o objetivo seja a comercialização do animal, não se recomenda a aquisição sem laudo recente, pois não existem garantias de que não há uma patologia espermática. 

Aprenda a evitar problemas reprodutivos em bovinos

Já sabemos que conhecer as patologias espermáticas em bovinos é um modo de evitar que um investimento se torne um grande prejuízo. Para isso, a realização do exame andrológico é fundamental. No curso de exame andrológico e congelamento de sêmen, além de aprender na prática todos os procedimentos, você vai ter conhecimento para atender em uma área lucrativa e essencial para o veterinário que deseja trabalhar com reprodução. 

Fonte: Revistas UFG, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu, Revista Brasileira de Reprodução Animal, Embrapa.



Atualizado em: 26 de agosto de 2021

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