Doenças reprodutivas em bovinos: conheça as principais!

Doenças reprodutivas em bovinos

Para criadores de gado, independente do tipo de criação ou produção, o uso de técnicas reprodutivas para o melhoramento genético do rebanho vem se tornando cada vez mais essencial. Assim, as doenças reprodutivas em bovinos apresentam um obstáculo ao criador, impedindo que os rebanhos atinjam seu potencial total. Isso porque, elas interferem em diversas instâncias dos animais, desde prejudicar sua fertilidade à casos em que podem ocasionar o óbito das matrizes e dos bezerros.

De modo geral, as doenças reprodutivas em bovinos são causadas por infecções, devido à presença de bactérias, vírus e protozoários nos animais e em seus ambientes. Esse tipo de doença, apesar de mais comum em fêmeas, também podem se fazer presentes nos machos reprodutores. Assim, conhecer as principais patologias que acometem o rebanho é tão fundamental quanto a realização de diagnósticos ginecológicos e urológicos no rebanho.

Dessa forma, veterinários que atuam com o atendimento ao rebanho bovino, precisam conhecer bem essas doenças, bem como seus sintomas característicos. Outro ponto, é saber reconhecer situações geradoras de contaminação, assim é possível não só tratar o animal, como impedir o contágio de outros indivíduos do rebanho e prevenir o reaparecimento do foco de contaminação. 

Neste artigo você vai conhecer as principais doenças reprodutivas em bovinos e seus sinais clássicos, bem como entender seu impacto na produção do rebanho e formas de diagnosticá-las precocemente. 

Principais doenças reprodutivas em bovinos

Antes de mais nada, é importante conhecer quais são as principais doenças reprodutivas em bovinos e como essas afetam os animais. Assim, é possível reconhecê-las de forma rápida, acionando o veterinário e agindo para tratá-las e exterminá-las do rebanho.

Desse modo, as principais doenças reprodutivas que atacam o rebanho bovino no país são:

#1 Leptospirose bovina (bacteriana)

De origem bacteriana, a leptospirose bovina é muito comum nos rebanhos do país. Sua ocorrência está ligada, muitas vezes, à locais úmidos ou que apresentam períodos com umidade do ar elevada. 

Essa patologia afeta o trato reprodutivo dos animais, causando aborto, ocorrência de natimortos ou o nascimento de bezerros mais fracos. De modo geral, sua transmissão ocorre de forma oral ou pelo contato com a pele, por meio de secreções ou urina de animais contaminados.

#2 Rinotraqueíte infecciosa bovina – IBR (viral)

A IBR, ou rinotraqueíte infecciosa, é uma doença reprodutiva em bovinos que tem como agente causador o herpesvírus. Essa doença, além de atingir o trato reprodutor, pode causar lesões em outras partes do corpo do animal e, por isso, requer atenção dos responsáveis. Presente principalmente em animais jovens, esta doença costuma aparecer por contaminação materna, contudo, quando presente em animais adultos, a contaminação é por meio da cópula.

Infelizmente para animais contaminados com a IBR é preciso sempre atenção, uma vez que o vírus é capaz de permanecer em estado de latência por longos períodos. Assim, ele se manifesta quando o boi ou vaca apresentam imunidade baixa e saúde debilitada.

#3 Diarréia bovina a vírus – BVD

Essa doença reprodutiva em bovinos é causada por um vírus da família Pestivirus, semelhante aos causadores da peste suína. Nessa patologia, se o feto sofre contaminação no período entre 50 e 120 de gestação, ele não morre. Contudo, o bezerro passa a ser um disseminador do vírus no rebanho. Assim, para a prevenção da BVD, é importante realizar o exame de sorologia no rebanho para evitar que a doença se espalhe.

#4 Brucelose (bacteriana)

A brucelose é uma doença bastante frequente nos rebanhos, porém pouco diagnosticada. A brucelose bacteriana, é uma doença crônica, e pode ser transmitida pelas vias oral ou genital do animal. Como seus sintomas característicos se assemelham aos de outras patologias, a brucelose bacteriana raramente é identificada pelos veterinários.

Essa doença reprodutiva em bovinos é um problema para fêmeas jovens, que sofrem um maior risco de aborto quando contaminadas. Entretanto, vacas mais velhas que tenham contraído a doença, mesmo que o risco diminua ao longo de várias gestações, suas consequências ainda se notam em bezerros mais fracos e menos resistentes.

#5 Neosporose (protozoose)

Essa doença, causada por protozoários, usa cães como vetores de transmissão para o rebanho bovino. A neosporose afeta, diretamente, a eficiência reprodutiva dos animais. Seus impactos vão de abortos, a diminuição da produção de leite e maior descarte dos animais.

#6 Campilobacteriose (bacteriana)

Essa doença reprodutiva em bovinos é causada por uma bactéria, atingindo tanto machos como fêmeas. Entretanto, vale ressaltar que para a campilobacteriose touros contaminados são os principais disseminadores da doença, uma vez que a cópula é a veia principal de contaminação.

Nas fêmeas, além de danos gestacionais, a bactéria causa alteração no ambiente uterino, modifica o desenvolvimento embrionário. Além disso, ela leva a dificuldades na implantação, morte e reabsorção dos embriões pelas fêmeas. A contaminação, que se inicia na vagina, pode se espalhar por todo o trato reprodutivo da fêmea, causam complicações na fertilidade do animal.

#7 Tricomoníase (protozoose)

A tricomoníase afeta, principalmente, as fêmeas gerando inflamações à vagina, cérvix e ao útero. Assim, suas principais consequências são abortos em gestações no período inicial e repetição do cio. Nas fêmeas, a doença ainda impede a geração de novas gestação enquanto o protozoário estiver no sistema da vaca.

É preciso ter atenção a essa doença uma vez que, em touros, ela muitas vezes é assintomática. Isso faz com estes animais se tornem disseminadores do protozoário o rebanho podendo causar inúmeros prejuízos.

Como lidar com as doenças reprodutivas em bovinos?

Como pudemos ver, as doenças reprodutivas em bovinos podem causar os mais variados sintomas nos animais, contudo, sua consequência é sempre um prejuízo para a criação. Mesmo que exista uma taxa de perdas prevista no manejo reprodutivo, as quedas de fertilidade, dificuldade gestacional, natimorto, entre outros problemas, dificultam o planejamento e comprometem significativamente o resultados da produção animal.

Portanto, para que o rebanho seja eficiente e rentável o controle de doenças e o manejo correto precisam estar alinhados. Um bom manejo garante um ambiente sanitizado, boa nutrição e bem estar animal, além de técnicas reprodutivas conduzidas da maneira correta. Dessa forma, o desempenho dos animais é muito mais satisfatório.

Contudo, isso não é suficiente. A prevenção dessas doenças é essencial para que sua incidência seja significativamente reduzida no rebanho. Quando tratamos disso, muitos veterinários e proprietários se atentam, principalmente, para os exames ginecológicos. Essa preocupação é natural já que são as fêmeas que carregam o futuro do rebanho. Contudo, apenas esse acompanhamento não basta.

Como vimos, algumas doenças são silenciosas nos machos. Os touros que se reproduzem com diversas vacas, seja por monta ou inseminação, podem carregar em seu organismo doenças que vão comprometer todo o resultado do manejo reprodutivo. Assim, o exame andrológico em bovinos é essencial para quem deseja alcançar um rebanho saudável, fértil e rentável.

É por meio do exame andrológico, que muitas dessas doenças reprodutivas em bovinos podem ser detectadas antes mesmo da contaminação de outros animais. Assim o touro é descartado por aquele período, tratado e pode depois ser reintegrado à rotina reprodutiva da propriedade.

Cabe, nesse caso, ao médico veterinário reconhecer essa necessidade e estar preparado para mostrar ao proprietário a importância do exame andrológico bovino e seu papel no sucesso da criação.

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Fonte: SHOP Veterinário e TECSA



Atualizado em: 16 de agosto de 2022

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